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21-02-2007

O fado lírico e tradicional era superiormente interpretado por si


Zeca Afonso a Eterna Voz contra a opressão!

José Afonso foi uma das figuras mais marcantes da canção de intervenção em Portugal. Desde dos anos 50 que José Afonso desempenhou um papel fundamental no combate à opressão, através do canto e da poesia. Cultivou vários géneros poéticos musicais: desde o fado à canção popular, transformando a letra e a música em mensagens mágicas de melodia e sonho.

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro, “na parte da cidade voltada para o realismo e para o mar”.

Viveu durante algum tempo em Angola, juntamente com os pais e irmãos. A relação com a natureza causou-lhe uma profunda ligação ao continente africano que se reflectirá pela sua vida fora.

José Afonso vai para Coimbra em 1940 e começa a cantar por volta do quinto ano do Liceu D. João III. A sua voz ecoa pela cidade velha e os tradicionalistas reconheciam-no como um bicho que canta bem.

Em Coimbra passa pelas Repúblicas, onde conheceu a amizade e a farra académica. Seduzido pela cidade, tem os primeiros contactos com clubes recreativos, joga futebol na Académica e acompanha a equipa um pouco por toda a parte.

Nas colectividades conhece Flávio Rodrigues, que admira como exímio tocador de guitarra, para si superior a Artur Paredes.

Inicia-se em serenatas e canta em “festarolas de aldeia”.

Como estudante integrou várias comitivas do Orfeão Académico de Coimbra e da Tuna Académica da Universidade de Coimbra, nomeadamente em digressões pelo Continente, por Angola e Moçambique.

O fado de Coimbra lírico e tradicional era superiormente interpretado por si.

José Afonso protagoniza uma intervenção política e musical ímpar, convertendo-se num símbolo da resistência. Foi várias vezes detido pela PIDE, manteve contactos com a Luar, PCP e esquerda radical.

Em 1969, gravou o LP “Cantares do Andarilho”, com o qual ganhou o prémio da Casa da Imprensa pelo melhor disco do ano, e o prémio da melhor interpretação.

Com os arranjos de José Mário Branco, em 1971, edita “Cantigas de Maio”. Neste álbum surge “Grândola Vila Morena”, que se tornou famosa ao ser escolhida como senha para a Revolução do 25 de Abril. Esta música, passou no Programa “Limite” da Rádio Renascença e foi o segundo sinal de arranque das tropas mais afastadas de Lisboa e a confirmação de que a Revolução ganhava terreno.

Após a Revolução dos Cravos, participa em numerosos “cantos livres” e grava o LP “Coro dos Tribunais”, onde conta com a colaboração de Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Vitorino e José Niza, entre outros.

Em 1975, canta em numerosos espectáculos de dança e lança “Com as Minhas Tamanquinhas”.

Em 1985, José Afonso já se encontrava doente. O coliseu de Lisboa é o palco do seu último espectáculo. As homenagens multiplicam-se e é condecorado com a Ordem da Liberdade.

Já muito enfermo, em 1985, apoia a candidatura de Lourdes Pintassilgo à Presidência da República. É editado o último disco, “Galinhas do Mato”.

A 23 de Fevereiro de 1987, morre no Hospital de Setúbal, vítima de uma doença incurável.

Injustiçado por estar contra a corrente, morreu pobre e abandonado pelas instituições. Mas não temos dúvidas, a voz de “Grândola” perdurará para lá de todos os chacais.

José Encarnação


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